Poty Lazarroto (1924 - 1998)
“Na tarde calorenta, ante esse azul do mar, do céu e dos quadros de Jenner, venho cantar loas em louvor a Napoleoni, dito do século Poty, mestre de madeira e da goiva, condutor de santos. Para saudar sua presença na Bahia, não apenas como embaixador da cultura das terras do sul, como um baiano a mais, porém, sua sensibilidade e sua mulataria interior são nossas, dessas orlas de cais e desses velhos sobrados, Poty desembarca em nossa cidade, aporta na Querino, com as mãos cheias de beleza a distribuir, de maestria conseguida em muitos anos de consciente e árduo trabalho no duro ofício de gravar, em sua arte conquistada e realizada, na madeira recriada em flor, em pássaro, em carne de homem e alma de santo, em pão e vinho.” (Jorge Amado)Napoleon Potyguara Lazzarotto, autêntico curitibano, era um grande artista de múltiplas facetas. Foi pintor, gravurista, muralista, ceramista, ilustrador, escultor. Seu interesse pelo desenho começou cedo, quando ainda era criança, e sempre foi muito incentivado pelo pai. Com 18 anos ganha uma bolsa de estudos para a Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro e com 22 anos vai para a França estudar na Escola de belas Artes de Paris. Seu interesse maior era pela gravura e ao retornar ao Brasil, dois anos mais tarde, passa a produzir muitas gravuras e murais. Poty também ilustrou muitos livros de grandes escritores como Euclides da Cunha, Jorge Amado, Machado de Assis, José de Alencar, Guimarães Rosa, entre outros.
Fotografia de Vilma Slompo https://catracalivre.com.br