Efigênia Rolim
Obras A rainha do papel Intervalo |
Para essa arte popular, não há limites. Os limites entre o real e o imaginário – geralmente tênues – diluem-se completamente, num jogo que elimina totalmente aquilo que vemos daquilo que é possível ver com mente e olhos livres. Efigênia não conhece barreiras. Sua vida está em deglutir limiares com entusiasmo.
Nascida em Abre Campos, MG, em 1931, ela se mudou para Curitiba, PR, e teve a vida típica de migrante: pobreza, dor, mendicância, marginalidade e sofrimento. No entanto, um dia, quando estava na Praça Tiradentes, viu um objeto luminoso que parecia um lingote de ouro.
A cena é digna de uma história saída das páginas de uma obra do realismo fantástico. No início dos anos 1990, Efigênia Rolim andava pela Rua XV de Novembro quando, perto do bondinho, foi surpreendida por uma lufada de vento, acompanhada por um redemoinho, que jogou aos seus pés papéis de bala lançados à calçada. De um deles, verde, reluzente, que ela achou parecido com uma pedra preciosa, ela fez uma flor – ou teria sido um passarinho?
A velha senhora, então com um pouco mais de 60 anos, gostou tanto da sensação de transformar os invólucros em figuras que nasciam de sua imaginação, que logo procurou um suporte para suas criações, e o encontrou em uma sandália havaiana, também largada na rua. Nesse suporte de borracha criou sua primeira árvore de sonhos, feitos a partir de material reciclável, e ali nascia, como ela mesma gosta de contar, “a rainha do papel de bala pé de chinelo”, que ganharia o mundo com suas criações e sua personalidade singular.
Paralelamente, desenvolveu uma habilidade ímpar para contar histórias e para falar em versos. É o que ela mesma nos conta em seus versos: “Pelas ruas isoladas/ ninguém me conhecia/ sentei lá na calçada/ e declamei poesia”. Sua habilidade como repentista, somada ao talento para trabalhar com objetos recolhidos na rua, levou-a a participar da feira de artes que se realiza no centro histórico de Curitiba. Em sua barraquinha, todo domingo, encanta os que visitam o local. Ela cria narrativas a partir dos objetos que vende e fala como a vida moderna e a tecnologia afastam o homem da pureza da existência.
É a partir de tubos de plástico, papéis de bala, borracha, restos de couro e tecidos que Efigênia cria seus personagens. Algumas obras da artista:
Fonte: Estas informações foram extraídas em 27 de fevereiro de 2013 dos sites http://curitibaliteraria.multiply.com, www.artcanal.com.br e www.gazetadopovo.com.br/cadernog, e adaptadas. Todas as informações são de responsabilidade dos autores.